segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ciência contra o crime

     A genética é a área da ciência forense que mais tem avançado. Basta uma pequena amostra de sangue, saliva, pele ou sêmem para identificar uma vítima ou um suspeito. “Os exames de DNA estão tão sofisticados que hoje podemos fazer testes com amostras cada vez menores e também mais antigas”, conta o biólogo e perito judicial Eduardo Paradela, consultor científico do Laboratório Vingene, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio).

     Existem diversos tipos de exames de DNA, mas o mais comum nas investigações forenses é o que analisa o material do núcleo da célula. Ao contrário do que muita gente pensa, o exame não é feito com todos os genes de uma pessoa. 
     Como os seres humanos compartilham muitas sequências genéticas iguais, os testes examinam apenas determinadas regiões dos cromossomos, chamadas de microssatélites, em que há repe­tição das bases nitrogenadas que compõem o DNA.


     Nas investigações criminais, esse recurso é mais utilizado para a identificação de vítimas do que para caçar criminosos. Isso porque o nosso Código Penal garante que ninguém seja obrigado a produzir provas contra si mesmo. Assim, os suspeitos só fornecem material genético para comparação se quiserem. Em países da América do Norte e da Europa, as polícias mantêm bancos de dados com o código genético de toda pessoa acusada de algum delito.
     Apesar de ser amplamente usado como prova, o teste de DNA não é 100% infalível. “O DNA costuma ser apre­sentado como algo isento de erros e inclusive muitos juízes pensam que isso é verdade”, afirma o biólogo e perito ju­dicial do Rio de Janeiro André Smarra, professor da Uni­versidade Estácio de Sá. “Mas existem muitos casos de contestações judiciais e invalidação de exames.” Os prin­cipais fatores que podem influenciar no resultado do teste são a contaminação das amostras e erros de estatística.


Bom, queridos leitores, na próxima postagem "O texte de DNA do Bin Laden".

Um comentário:

  1. Muito interessante essa postagem.

    No caso os testes de DNA no texto são específicos para a identificação de vítimas, mas também tem outras utilidades...

    O Brasil também poderia adotar o exemplo países da América do Norte e da Europa, manter bancos de dados genéticos das pessoas acusadas e também vítimas de algum delito.

    Com certeza o teste de DNA, com a tecnologia e o cuidado com o material, pode-se dizer que praticamente não há falhas nos resultados e nem estatísticas.

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